quarta-feira, 29 de junho de 2011

entre-caminhos

Voltar é o mais legal de ir embora. Tanto quanto ir embora de novo. Melhor ainda, é voltar para a antiga casa e descobrir lugares nunca antes imaginados. Tanto quanto reconhecer os velhos atalhos e becos do dia-a-dia. Matar saudade que não morre num almoço de domingo, viver encontros surpresas no centro da cidade, conferir os antigos sabores no Mercado do Bosque, morrer de calor em todo lugar... Tudo isso faz sentir a possibilidade da soma, do multiplicar-se e, de repente, do desaparecer. Uma viagem até o Acre nunca, em nenhum momento da história, será um trajeto bem resolvido. Mas, sempre, cheio de ansiedade e esperança. Partir é trazer castanha que não dura até o destino, é abrir a mala no meio do caminho para tirar roupa de frio, é chegar à grande BH, subir Bahia e o 11º andar, é adentrar no lar que construo com saudade e vontade de novos mundos. A mudança é que dá sentido. É no ir e vir que está minha estabilidade, nos céus e seus entre-caminhos.  

Foto: docemente produzida e carinhosamente cedida pela Jux. 

3 comentários:

Paulo Victor disse...

Porque será que o caminho de volta sempre parece ser mais curto?
Talvez só quem precise e consiga viver intensamente, saiba explicar fielmente..

j.artur disse...

queria mesmo era ter essa sensação de voltar para o acre. por enquanto, entre viagens e viagens, só me bate o desespero de voltar pro mesmo lugar.
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não, eu não odeio o acre. só não aguento mais morar nele.
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saudade de você, gi.
de você e nossos encontros inusitados pela faculdade, pela fundação, pela cidade.

Marcos Vinicius Neves disse...

Uau! Curiosa, interessante, interminável, contradição: espirito Jaminawa, cada dia num lugar, numa praia, num barreiro, numa volta qualquer desse vasto rio. Noutro como seringueira, dando voltas na mesma estrada, todos os dias sem falhar ou se afastar do varadouro da borracha, sempre abundante... fielmente...
Como pode um ser humano aliar tanta fidelidade aos amigos, aos seus, aos incoerentes amores e ao mesmo tempo ousar ser tão inconstante, tão fugidía, tão agoniada pra passar...
Eu não sei! Sinceramente não sei...
Parafraseando Hamlet: Será mais nobre em nosso espirito insurgirnos contra pedras e setas... ou em luta por-lhes fim... Estar ou não Estar, eis a questão...
Quem é você doce menina?
A que parte ou a que fica?