Voltar é o mais legal de ir embora. Tanto quanto ir embora de novo. Melhor ainda, é voltar para a antiga casa e descobrir lugares nunca antes imaginados. Tanto quanto reconhecer os velhos atalhos e becos do dia-a-dia. Matar saudade que não morre num almoço de domingo, viver encontros surpresas no centro da cidade, conferir os antigos sabores no Mercado do Bosque, morrer de calor em todo lugar... Tudo isso faz sentir a possibilidade da soma, do multiplicar-se e, de repente, do desaparecer. Uma viagem até o Acre nunca, em nenhum momento da história, será um trajeto bem resolvido. Mas, sempre, cheio de ansiedade e esperança. Partir é trazer castanha que não dura até o destino, é abrir a mala no meio do caminho para tirar roupa de frio, é chegar à grande BH, subir Bahia e o 11º andar, é adentrar no lar que construo com saudade e vontade de novos mundos. A mudança é que dá sentido. É no ir e vir que está minha estabilidade, nos céus e seus entre-caminhos.
Foto: docemente produzida e carinhosamente cedida pela Jux.